segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O destino é inexorável. A morte também.

Você já pensou como vai ser quando um ente seu muito querido morrer? Ás vezes nas minhas “brechas” fico imaginando, "e quando o fulano morrer, como vai ser?". A questão é, na verdade, como é que vou ficar.

Eu, que nunca passei por uma despedida como essa, sofro por antecipação com esses dias inexoráveis. A não ser o falecimento do meu avô paterno o qual não tinha muita aproximação, nunca ninguém morreu na minha família. Não sofri a dor da pena, sofri a tristeza momentânea do meu pai. Mas toda vez que penso na morte fico perturbada, desconsolada porque todas as pessoas, inevitavelmente vão partir. É ridículo escrever isso, mas é uma verdade, quem não pensa sobre esse clichê?

Reflito por aqui após ler um depoimento no excelente Tempo de Mulher , nova obra da jornalista Ana Paula Padrão (Yes, temos mais um espaço para nós!!!). Na sessão Você no Tempo de Mulher, Beth Amorim conta a história da perda de seu companheiro há 120 dias, ocorrida antes de grandes sonhos em comum se concretizarem.

Ela conta que há 120 dias luta para superar a dor. Que em uma semana voltou a trabalhar, que não recusa convites, mesmo que tenha que sair correndo pro banheiro dada uma crise de choro involuntária.

Penso eu que em 120 dias estaria jogada numa cama esperando........esperando o que mesmo?

É tempo de mudar algumas posturas. Sempre é. E a postura diante da morte é algo que tenho que trabalhar, mesmo sabendo que as reações são espontâneas. Tenho uma vida, relacionamentos consolidados, sim, alguém pode ir embora sem avisar antes, como no acidente de carro que envolveu o companheiro de Beth.

Refletir que a perda física é algo irreversível nos faz respirar fundo e seguir adiante, embora não diminua a dor. Mas acredito que uma força vem de algum lugar e nos dá mecanismos para aliviar o trauma. Há um tempo de luto diferente para todos, mas a fé em si mesmo tem o tamanho do infinito.

Deixar fluir, não alimentar sentimentos ruins no dia-a-dia, talvez pode nos ajudar nessas horas. Respirar fundo, levantar e sorrir, mesmo quando a vontade é de não sair do chão são práticas que levam um tempo para se tornar hábito. Quem sabe assim não melhoramos nossa vida?

Já disse o Janu, várias vezes, na Fraternidade da Luz, 20% são fatos que ocorrem em nossas vidas, 80% são as reações que temos com esses fatos. Não me recordo se este era o número exato, mas o contexto é este!

Sempre é hora de sermos melhores do que imaginamos. Não é uma questão de ser superior, mas sim de superação. O sentido da palavra muda.