terça-feira, 1 de setembro de 2009

Gente

Li o texto abaixo e achei o máximo. Havia me esquecido das famigeradas portas de banheiro, aquela zona de escritos com e sem propósitos. De fato, há de tudo nestes espaços, não há limite, não há censura!

Mas hoje é difícil encontrar portas pichadas. Talvez pq as pessoas estão mais civilizadas, ou então, estão covardes perante os fatos que as indignam.

Acredito na segunda possibilidade.


Onde não há limites nem censura?

Nunca vivi a repressão, a tal ditadura, a total restrição de direitos individuais e a mal falada censura.
Acompanho de perto e, de perto, quase ninguém é normal, e vejo alguns resquícios ainda hoje dessas restrições descritas.
Falamos muito nesses dias passados sobre o fato envolvendo o jornal paulista Estadão que, está terminantemente proibido de veicular matérias sobre o filho do Senador e integrante da Academia Brasileira de Letras: “José Sarney”. Isso mesmo. A sentença foi “dada” por um juiz de primeira instância que tem estreitos laços de amizade coma família em questão. Pode? Aqui pode. Esse juiz teve a audácia de sentenciar e pior, uma instância superior, pasmem, manteve a decisão. Todos nos fazem de tolos: políticos, juízes e etc.
Recentemente um representante da Associação dos Jornais, ou coisa bem parecida, deu entrevista na Rádio CBN, no horário matutino, dizendo que os jornalistas podem escrever e falar o que quiserem e depois, cabe à pessoa ofendida buscar seus direitos.
Opa! Aí não. Nem tanto ao mar nem tanto à terra. Algum pensador já disse, e eu concordo, a virtude está no meio. Isso é regra para todas situações. Todas mesmo.
O nobre representante da associação precisa rever conceitos, viver em sociedade e talvez, só talvez, ler um pouco.
Um infeliz injustiçado por um órgão qualquer da imprensa vai se socorrer do judiciário? Se ele tiver sorte, talvez sua “moral” seja restaurada em uns poucos 15 (quinze) anos. Acho que dá para esperar.
Por tudo isso, vejo somente um lugar livre de qualquer censura, livre do poder judiciário, livre dos políticos e livre para expressar o que, quando e como quiser. Senhoras e Senhores: trata-se da famosa e liberal “porta de banheiro”.
As portas de banheiro são espaços democráticos, lá há a manifestação livre na acepção da palavra, você escreve o que quiser de quem quiser e como quiser. Geralmente é um espaço utilizado somente para críticas e lá se pode ofender a mãe, irmã, namorada, namorado, pai, amigo e qualquer um que dê vontade. Pode-se utilizá-la também como classificados, oferecendo seus serviços e desejos. Também é um espaço onde se pode usar seu lado de escritor, poeta, versando sobre os fatos que se dão naquele local. Enfim, lá é um espaço democrático.
O Senador José Sarney pode pertencer à Academia Brasileira de letras por ter escrito livros que ninguém leu (pelo menos eu não conheço ninguém), logo, o poeta anônimo de banheiro também pode, visto que certamente, suas poesias não mais lidas que os livros do senador imortal.
Se algum poeta anônimo de banheiro resolver deixar esse anonimato e quiser candidatar-se à imortalidade, mãos à obra.
Uma indicação ao representante da Associação dos Jornais, ou coisa que o valha, escreva em portas de banheiro, lá é o local em que o senhor defende como sendo livre. Lá não só o operador da imprensa, como o pedreiro, pintor, comerciante, empresário, brasileiro, estrangeiro e etc poderão escrever o que quiser. Desse escrito dificilmente partirá uma ação indenizatória, até por que ficará bem difícil anexar aquele artefato ao processo. Levar a porta de banheiro às raias dos tribunais.....acho difícil.
Por enquanto basta!

Anônimo escritor de porta de banheiro.

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